A A Favelas: informalidade planejada? Estudos reforçam como as periferias não são uma “falha” da urbanização, mas um cálculo seletivo. Para não legitimá-las, o Estado opta por gerenciar – e não solucionar – as desigualdades, por meio de exceções jurídicas e licenças precárias. É o pacto da “provisoriedade permanente” Por Rafael da Costa Gonçalves de Almeida , Marianna Fernandes Moreira e Matheus da Silveira Grandi , no The Conversation Brasil Desde o início do século XX, quando o termo favela passou a designar genericamente áreas populares de ocupação no Rio de Janeiro, esses espaços, segundo Maurício Abreu , foram associados à ilegalidade e à marginalidade. O tema da “invasão” atravessa a história da cidade, das narrativas de fugitivos, soldados e libertos que subiram os morros até os relatos épicos da migração rural-urbana. A partir da segunda metade do século XX, porém, estudiosas e estudiosos do espaço u...
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A A Safatle: A domesticação da psicanálise No neoliberalismo, a função da análise retorna como ferramenta de desempenhos sociais. O regresso ao trabalho alienado. A amar , segundo a gramática cristã ou de “promessas de uso”. O que foi feito da crítica implacável do que somos – e do que queremos ser? Por Vladimir Safatle , na Cult A maior inimiga da psicanálise é ela mesma. É apenas tendo consciência disso que ela pode ser fiel a si, fiel a seu impulso gerador. Pois a história da psicanálise é, desde seu início, a história de uma luta contínua contra sua acomodação em uma prática terapêutica dos males de adaptação burgueses. Como vários já perceberam, há uma luta de classes a atravessa-la. Essa acomodação sempre volta e não poderia ser diferente em nosso presente, quando a psicanálise é convocada para mais uma vez ocupar espaços no debate da cultura, promover a “escuta” em um mundo onde querem nos empurrar as lágrimas da prete...
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A A Por que a pejotização compromete o futuro do Brasil? Tendência no STF, que julgará o tema em breve, é reconhecer a precarização sob o discurso de “liberdade econômica”. Exame da medida, em 40 países, mostra que ela desmonta as bases dos direitos trabalhistas. E quanto mais “autônomos”, menor o IDH Minha contribuição neste texto é, a partir da utilização do direito comparado, mostrar como os países civilizados tratam a questão aqui em discussão e, com base em comparação de índices de desenvolvimento humano – IDH e PIB (Produto Interno Bruto) per capita – demonstrar a falácia do argumento da corrente da Suprema Corte para legalizar a pejotização: a liberdade econômica e a livre iniciativa. Pela premência do tema, temos que ser diretos e objetivos: a tendência majoritária do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a pejotização, verificada a partir das decisões proferidas até agora em reclamações, está em franco desacordo com a regulação do trabalho em todo...
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A A Soberania digital: Algumas inspirações para o Brasil Análise de iniciativas em 21 países mostra: é possível enfrentar o “império algorítmico” dos EUA. Apps colaborativos, software livre, “nuvem nacional” e provedores locais são alguns caminhos. Governo brasileiro é ambíguo: debate emancipação digital, mas contrata big techs De alguns meses para cá, um movimento bastante inspirador tomou conta de administrações públicas ao redor do mundo. São iniciativas isoladas, nos níveis federal, estadual e até municipal, que se propõem a refrear o avanço quase imparável das chamadas big techs sobre aplicações, sistemas de comunicação e infraestruturas que proveem serviços digitais ao e pelo Poder Público. Exemplos estão por todos os lados e incluem revisões de contratos públicos, preferência por soluções de código aberto, agências voltadas à soberania tecnológica e regulamentos que tornem à prova de injunções externas a infraestrutura onde os dados est...